Esse filme já está no Mug, mas volta em seu 2° volume para concluir a saga d'A Noiva, com muito sangue banhando a espada Hanzo e pingando na areia, Kill Bill Vol°2.
O filme seria imenso se não dividido, então com seis meses de intervalo tivemos a continuação da mais escrachada busca por vingança já vista na história do cinema.
Quentin Tarantino teve a genialidade de dividir os volumes e junto a isso "dividir o mundo" e o clima dos filmes que são um só, o primeiro volume é baseado nos filmes de samurai do Oriente, com saltos surreais, espadas e lutas de samurai, e tudo mais de olhos puxados que possamos ter... Já o segundo volume nos volta aos filmes de Faroeste do Ocidente, onde temos A Noiva usando armas de fogo e ainda sua katana Hattori Hanzo em cenários quentes do deserto americano, o mix dos dois só nos faz caracterizar tal volume como um "Faroeste Espaguete", o gênero europeu que buscava resgatar o faroeste americano e os filmes de samurai, o que colocou Tarantino como um dos diretores mais fortemente influenciados pelo gênero, graças a sua marca registrada de não esconder suas influências. Dai vem dividir o mundo e o clima dos filmes entre Oriente e Ocidente.
Ao assistir ao filme podemos perceber que a única coisa que de fato acontecem em ordem é na nossa cabeça, Volume 1: as perguntas “Por que ela ta fazendo isso?” “Quem é essa mulher?” “Quem é esse homem?”, Volume 2: as respostas “Aahhh, entendi!”. Essa é a chamada linguagem não linear, outra marca registrada e patenteada como criação de Tarantino. Aqui, nos deparamos com as cenas do treinamento da protagonista com o mestre Pai Mei, e como são divertidas e dolorosas essas cenas, o acontecimento na Capela de El Paso que acarretou a busca por vingança, a vida de namorados de Bill e A Noiva além de conhecer bem mais o alvo foco que dá título a essa abra prima.
Após ser traída por Bill (David Carradine) e seu antigo grupo, a Noiva assassina (Uma Thurman) fica à beira da morte por 4 anos. Após despertar do coma, ela vai atrás de cada um dos seus antigos companheiros para matá-los. Na segunda parte dessa busca por vingança, a noiva vai continuar sua procura por Bill, atacando os últimos dois sobreviventes do grupo: Budd (Michael Madsen) e Elle Driver (Daryl Hannah). O confronto com seu antigo mestre, e mandante da sua morte, vai revelar novas surpresas para a assassina.
Como um fã viciado que me tornei após assistir “aos filmes”, não posso deixar de citar a, em minha opinião, melhor luta dos filmes, entre Elle Driver e A Noiva. Aqui podemos ver que Elle é uma vilã a altura de nossa loura sanguinolenta, também treinada por Pai Mei é a “Cobra Californiana” do Grupo de extermínio das Víboras Mortais, onde A Noiva fora a “Mamba Negra”. Uma briga engraçadíssima em que aparentemente quem pegar a Katana de Hanzo sai por cima, mas o escracho de Quentin só melhora nossa diversão, com expressões que sempre ouço ao assistir com meus amigos como: “Oh mentira!”, que eu adoro ouvir porque em seguida os ouço dizer: “Quentin Tarantino é um gênio!” e quem sou eu pra implicar pra implicar com tais sábias palavras?
A trilha sonora pela 1° vez é original, um amigo do diretor se ofereceu para cria-la de graça e se fosse do gosto dele seria usada, no fim das contas é uma trilha maravilhosa, com base nos antigos filmes de faroeste e na música country dá profundidade as cenas certas com um tom de maldade sempre presente.
Calor é a ordem na fotografia, o amarelado continua presente, mas dessa vez é o sol colorindo/queimando, a pedida certa pra quem quer passar um ar de cansaço e pura exaustão com as constantes brigas que vem acontecendo desde o 1° volume, torcendo sempre pra que, com muito gosto, A Noiva termine sua jornada com um rastro de sangue digno Tarantinesco. A propósito, descobrimos de uma forma bem excêntrica o nome verdadeiro da Mamba Negra/A Noiva, mas só assistindo pra descobrir mesmo.
Esse filme ainda pode render um terceiro e quarto post a longa data, foi cogitado pelo próprio mestre Tarantino as possibilidades de um Kill Bill 3, em 2014 e 4, em 2019, só o tempo mesmo para confirmar, mas se isso se tornar realidade, continuamos com a musa Uma Thurman e um roteiro sendo preparado desde já.
Escracho, sangue, areia, terra e muitos diálogos divertidos é o que te aguarda no Kill Bill de capa vermelha e cabelos repicados, a conclusão épica da mais sanguinolenta busca por vingança do cinema. E é com minha Picape das Gostosas que termino esse post.
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