Depois de tanto tempo querendo assistir, consegui, acredite, por mais que seja um clássico foi complicado conseguir isso, mas sei que se tivesse assistido antes não gostaria tanto quanto gosto agora. A homenagem escrachada com todas as características Tarantinescas aos filmes de samurai é um banho de sangue, que trás palavrões, drogas, sexo, humor-negro e diálogos afiados como lâminas, sendo essas só algumas das marcas que fizeram do diretor uma lenda e de Kill Bill um sucesso.
A Noiva (Uma Thurman) é uma perigosa assassina que trabalhava em um grupo, liderado por Bill (David Carradine), composto principalmente por mulheres. Grávida, ela decide escapar dessa vida de violência e decide se casar, mas no dia da cerimônia seus companheiros de trabalho se voltam contra ela, quase a matando. Após cinco anos em coma, ela desperta sem um bebê e com um único desejo: vingança. A Noiva decide procurar, e matar, as cinco pessoas que destruiram o seu futuro, começando pelas perigosas assassinas Vernita Green (Vivica A. Fox) e O-Ren Ishii (Lucy Liu).
A genialidade de Quentin ao desenrolar os acontecimentos da vida da personagem A Noiva, nos faz torcer pela vingança, da forma mais sanguinolenta e violenta possível. Afinal, se ela é cortada, chutada, esmurrada e até um tiro na cabeça leva, ela deve ter um motivo pra viver, e é com muita satisfação que recebemos as imagens de corpos sendo decepados loucamente, com a sensação de justiça sendo feita e tarefa cumprida!
Estilo, é algo que, assim como o sangue, não falta nessa obra-prima. Montagem e fotografia magníficos, com predileção ao amarelo e vermelho, cenas em preto e branco, que aliviam o choque de quem assiste, pelo excesso de sangue e ferimentos, como já fora dito, ou somente um fundo iluminado enquanto sombras lutam.
Os cenários levam também as cores vermelho e amarelo evidenciadas, e demonstram o detalhismo do diretor ao realçar a cultura asiática, realce talvez até obsessivo, mas só colaborando com a magnitude do filme. A trilha é um espetáculo a parte, e uma das melhores do cinema, conta com trilhas de outros filmes ou simplesmente sons, musicas retro e até aquelas que só ouvimos nos vídeo-games nos rendendo mais diversão, uma delas rende uma cena considerada clássica, em que Elle Driver, uma das vilãs, caminha por um corredor de hospital, enquanto leva numa bandeja uma injeção fatal para "A Noiva".
A parte mais violenta do filme, ironicamente não é a mais famosa batalha com 88 loucos (essa de perfeição técnica incrível), mas sim um trecho que apresenta a história de O-Ren Ishii (a praticamente 'chefão de video-game' do filme, por ser tão difícil de alcançar), em animação, uma parte triste, que só coopera com o peso e com o estilo do filme.
As atuações são impecáveis, Uma Thurman é a mulher de ódio nos olhos que tanto apoiamos, Lucy Liu num desempenho tão sangrento quanto a oponente, ambos perfeitos e merecem destaque. Esse já adquirido.
Um show de violência e busca por justiça que nos prende na frente da tela e prova que Quentin Tarantino é um dos melhores diretores da modernidade, em mais uma obra-prima, com muito prazer e sangue ele nos presenteia com sadismo e comédia com sabor de... Sangue de novo, afinal ele usou 400 galões de sangue falso pra fazer o filme, tem sangue até na crítica, jorra por tudo quanto é canto!!!
Obs: O Vol. 1 e 2 foram gravados como um filme só, e divididos com diferença de 6 meses nos lançamentos, em breve a 2° parte também estará aqui.
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